----------------------------------------------------- Blogger Template Style Sheet Name: Scribe Designer: Todd Dominey URL: domineydesign.com / whatdoiknow.org Date: 27 Feb 2004 ------------------------------------------------------ */ /* Defaults ----------------------------------------------- */ body { margin:0; padding:0; font-family: Georgia, Times, Times New Roman, sans-serif; font-size: small; text-align:center; color:#29303B; line-height:1.3; background:#483521 url("http://www.blogblog.com/scribe/bg.gif") repeat; } blockquote { font-style:italic; padding:0 32px; line-height:1.6; margin:0 0 .6em 0; } p {margin:0;padding:0}; abbr, acronym { cursor:help; font-style:normal; } code {font:12px monospace;white-space:normal;color:#666;} hr {display:none;} img {border:0;} /* Link styles */ a:link {color:#473624;text-decoration:underline;} a:visited {color:#716E6C;text-decoration:underline;} a:hover {color:#956839;text-decoration:underline;} a:active {color:#956839;} /* Layout ----------------------------------------------- */ #wrap { background-color:#473624; border-left:1px solid #332A24; border-right:1px solid #332A24; width:700px; margin:0 auto; padding:8px; text-align:center; } #main-top { width:700px; height:49px; background:#FFF3DB url("http://www.blogblog.com/scribe/bg_paper_top.jpg") no-repeat top left; margin:0;padding:0; display:block; } #main-bot { width:700px; height:81px; background:#FFF3DB url("http://www.blogblog.com/scribe/bg_paper_bot.jpg") no-repeat top left; margin:0;padding:0; display:block; } #main-content { width:700px; background:#FFF3DB url("http://www.blogblog.com/scribe/bg_paper_mid.jpg") repeat-y; margin:0; text-align:left; display:block; } #inner-wrap { padding:0 50px; } #blog-header { margin-bottom:12px; } #blog-header h1 { margin:0; padding:0 0 6px 0; font-size:225%; font-weight:normal; color:#612E00; } #blog-header h1 a:link { text-decoration:none; } #blog-header h1 a:visited { text-decoration:none; } #blog-header h1 a:hover { border:0; text-decoration:none; } #blog-header p { margin:0; padding:0; font-style:italic; font-size:94%; line-height:1.5em; } div.clearer { clear:left; line-height:0; height:10px; margin-bottom:12px; _margin-top:-4px; /* IE Windows target */ background:url("http://www.blogblog.com/scribe/divider.gif") no-repeat bottom left; } #main { width:430px; float:right; padding:8px 0; margin:0; } #sidebar { width:150px; float:left; padding:8px 0; margin:0; } #footer { clear:both; background:url("http://www.blogblog.com/scribe/divider.gif") no-repeat top left; padding-top:10px; _padding-top:6px; /* IE Windows target */ } #footer p { line-height:1.5em; font-family:Verdana, sans-serif; font-size:75%; } /* Typography :: Main entry ----------------------------------------------- */ h2.date-header { font-weight:normal; text-transform:uppercase; letter-spacing:.1em; font-size:90%; margin:0; padding:0; } .post { margin:8px 0 24px 0; line-height:1.5em; } h3.post-title { font-weight:normal; font-size:140%; color:#1B0431; margin:0; padding:0; } .post-body p { margin:0 0 .6em 0; } .post-footer { font-family:Verdana, sans-serif; color:#211104; font-size:74%; border-top:1px solid #BFB186; padding-top:6px; } .post ul { margin:0; padding:0; } .post li { line-height:1.5em; list-style:none; background:url("http://www.blogblog.com/scribe/list_icon.gif") no-repeat 0px .3em; vertical-align:top; padding: 0 0 .6em 17px; margin:0; } /* Typography :: Sidebar ----------------------------------------------- */ h2.sidebar-title { font-weight:normal; font-size:120%; margin:0; padding:0; color:#211104; } h2.sidebar-title img { margin-bottom:-4px; } #sidebar ul { font-family:Verdana, sans-serif; font-size:86%; margin:6px 0 12px 0; padding:0; } #sidebar ul li { list-style: none; padding-bottom:6px; margin:0; } #sidebar p { font-family:Verdana,sans-serif; font-size:86%; margin:0 0 .6em 0; } /* Comments ----------------------------------------------- */ #comments {} #comments h4 { font-weight:normal; font-size:120%; color:#29303B; margin:0; padding:0; } #comments-block { line-height:1.5em; } .comment-poster { background:url("http://www.blogblog.com/scribe/list_icon.gif") no-repeat 2px .35em; margin:.5em 0 0; padding:0 0 0 20px; font-weight:bold; } .comment-body { margin:0; padding:0 0 0 20px; } .comment-body p { font-size:100%; margin:0 0 .2em 0; } .comment-timestamp { font-family:Verdana, sans-serif; color:#29303B; font-size:74%; margin:0 0 10px; padding:0 0 .75em 20px; } .comment-timestamp a:link { color:#473624; text-decoration:underline; } .comment-timestamp a:visited { color:#716E6C; text-decoration:underline; } .comment-timestamp a:hover { color:#956839; text-decoration:underline; } .comment-timestamp a:active { color:#956839; text-decoration:none; } .deleted-comment { font-style:italic; color:gray; } /* Profile ----------------------------------------------- */ #profile-container { margin-top:12px; padding-top:12px; height:auto; background:url("http://www.blogblog.com/scribe/divider.gif") no-repeat top left; } .profile-datablock { margin:0 0 4px 0; } .profile-data { display:inline; margin:0; padding:0 8px 0 0; text-transform:uppercase; letter-spacing:.1em; font-size:90%; color:#211104; } .profile-img {display:inline;} .profile-img img { float:left; margin:0 8px 0 0; border:1px solid #A2907D; padding:2px; } .profile-textblock { font-family:Verdana, sans-serif;font-size:86%;margin:0;padding:0; } .profile-link { margin-top:5px; font-family:Verdana,sans-serif; font-size:86%; } /* Post photos ----------------------------------------------- */ img.post-photo { border:1px solid #A2907D; padding:4px; }

Sinfonia Noturna

Monday, August 29, 2005

Vês?

Vê a caligrafia estruturada?
Não. Não vejo nada.
Vê o porte elegante, charmoso?
Não. Não vejo nada vistoso.
Vê o olhar penetrante, sutil?
Não. Não vejo; o olhar sumiu.
Vê o gesto estudado, a mão confiante?
Não. Não vejo sequer uma mão distante.
Vê o poder e a graça fluindo?
Não. Não vejo, a não ser a carne se consumindo.
Vê a boca que ordena palavras de vida e amor?
Não. Não vejo; só vejo luto e dor.
Vê a fé que remove montanhas?
Não. Não vejo; vejo homens saciando as suas sanhas.
És cético! Te empresto meus olhos... Não precisa devolvê-los.
Não. Não quero; para que hei de querê-los?
Pegue. E se te satisfaz, leve também minhas roupas e minha riqueza.
Oh. Milagre. Agora sim eu vejo. Tenho fome. Dê-me a sobremesa.



Hoje eu quero falar

Hoje eu quero falar
Dos campos perdidos
E da estação que não chega
Quero relembrar
Momentos esquecidos
O simples pão com manteiga.

Hoje eu quero falar
Que resolvi esquecer meu nome
Adormecer as letras na boca do povo
Apagar lembrança
Destruir arquivos de criança
Começar de novo.

Hoje eu quero falar
Das ondas felizes
Das montanhas reveladas
De um céu de ladrões e meretrizes
E um inferno de almas ordenhadas
Que ninguém ousa contar.

Hoje eu quero falar
Do jardim transbordante de sangue
O sangue cheiroso
Não aquele viscoso a escorrer na rua,
Vermelho prazeroso
Deste-me o melhor gozo nessa pele nua.

Hoje eu quero falar
Da expansão do universo
E da diminuição do amor
Por que não fazer o inverso?
Que o cosmos diminua lentamente
Até sobrar só o amor.

Hoje eu quero falar
Dos longos corredores de pedras
Das pedras pulsantes nos peitos
Dos quartos sem leitos
Janelas sem flores
E dores sem fim.

Hoje eu quero falar
Como é dançar com a escuridão
Acariciar a pele negra da morte
Suspirar o barro seco da solidão
Clamando um pouco de sorte
Escapar.

Hoje eu quero falar
Que vi os lábios partidos
Senti o sopro vagabundo
Derrubar o mundo
De homens perdidos
Inesperadamente.

Hoje eu quero falar
Que o barqueiro dos homens de barro
Navegava com pressa no rio Lete
Carregando os mortos da peste
Apagando as cinzas do último cigarro
Tragado.

Hoje eu quero falar
Sempre falta uma palavra
Pra expulsar o ladrão de beleza,
Que o choro do recém nascido a encantar
É apenas uma sobremesa
O tolo manjar – sobre a mesa do adeus.



Amo

Amo a fonte, lânguida e constante
Que lambe a luz do sol
Sussurrando teu nome.
Amo o pranto e o riso, sopros
Do espírito que vai
Em tua alma.
Amo a lágrima escorrendo
No teu rosto, vinho que controla
Chaves.
Amo a sombra preciosa
Que acompanha teu corpo
Vigiando seus passos.
Amo a sílaba perdida
Que na sua voz encontra
O destino.
Amo sua imagem agonizante
Congelada na retina
Dos meus insanos sonhos.
Amo os teus desejos,
Corredores de porcelana
Por onde caminho.
Amo a lua que ilumina
O quarto, e acompanha
Tua respiração de flores.
Amo o vento, meu desafeto
Que acaricia teus cabelos.
Amo o amor que me permite
Sonhar com teus beijos
Mesmo sem recebê-los.

(Poesias extraídas do livro "Colhendo o amanhecer" de Samuel Rezende)

Thursday, August 18, 2005

Um coração
Há um corpo no chão
- Apenas um corpo no chão
Diz um homem que passa.
Mas será apenas um corpo no chão
Quando um coração
Deixa de bater?
Existirá além do corpo no chão
A imensa paixão
Deixada nos amados seus.
Paixão vivendo embalada
Recusando a crer
Que ali jaz apenas um corpo no chão.
Haverá tal razão
Em viver sem razão
Vendo apenas ali estendido
Um corpo no chão?
Ou verá com os olhos da fé
Que ali atirado ao chão
Dorme um coração que vê Deus.


Poder te ver
Ancorei no céu a posição fetal em que deitas
Lembro sempre dela quando estás ausente
Quando o incêndio que provocas varre o meu quintal
Quando as raízes titubeiam, apodrecidas
Lembro que és criança, não distingues bem e mal
Escondo a vertigem em caixas esquecidas.
Envolvo o teu corpo nu com meu corpo em chamas
A consumir lentamente a pólvora que nos inflama
Acariciando teus poros em madrugadas quentes
Cantando nu, ecoando lua
Tua coxa nua...
Me desperta.

Ancorei em mar aberto a eternidade do amor
Farei das tempestades cálice adocicado
E em tempo bom armarei a rede dos teus planos
Nossa casa mundo é almofada
E essa penumbra é recordar
Que toda noite anuncia dia
Escondo os relâmpagos que aterrorizam
Evitando perturbar seu sono de jardim florido
As rosas exaltadas
Pétalas desabrochadas
Lembram teu sexo úmido.

Ancorei meu barco em fronteiras largas
Posso caminhar uma vida sem temer a morte eletrocutado
Desafio a chuva e o vento forte
Colho uma flor pra enfeitar tornado.
Teu sopro contorna os biombos e barreiras armadas
A revoada faminta devorou o jardim
Deixando nu o ipê amarelo em flor
A primavera perdida corria – dava pena
O vento xingava os pássaros cantores
Você dormia
As portas do teu sexo abertas
Ignoravam que já era dia.

As pétalas da chuva caíam molhando teu corpo nu
Soltei as âncoras, mergulhei no mar vermelho
Aspirei a fragrância delicada
E o tempo receioso acalmou-se
Ficou a olhar-nos com olhos gulosos
Deslumbrado com as carícias que apagavam
Qualquer temor das manhãs.
Ilhas de canibais, noites sem destino
Encontro moedas cunhadas em veleiros naufragados
Efígies douradas lembram tua pele lasciva e úmida
Teu olhar contraído, o alto gemido
Que extraio de ti.

Cópula e cúpula – sempre estás no lugar mais alto
Forçando fechaduras desconhecidas
Até que a sombra da árvore ameace a aspersão da luz
Mostrando teus joelhos vermelhos e anjos obscenos
Sustentando o pôr-do-sol orgasmo a varar a noite
Inclinando o céu – que vêm olhar o telhado de sons e bailado
Os canteiros revirados, as flores pisadas
Fino tecido que o ato de amor rasgou, descosturou
Até restar a linha esgarçada sonhando
Que poderia penetrar outro tecido
Com a mesma intensidade
Que cerzia as flores.

Ancorei teu barco em minhas pálpebras
Estou seguro
Pois basta fechar meus olhos
Pra poder te ver.

Nômade
Nômade confuso
Mapa indeciso
O homem caminha contando os passos
Até chegar na última morada.
Então, orgulhoso, recusa-se a crer
Que depois disto é nada.
Atiça canções eternas
Assopra brasas extinguidas
E um pássaro bonito vem cantar
Perto do coração aflito.
A náusea enche o bosque ardente
De neblina e silêncio
O suspirar das folhas
Espanta as coisas mortas
As searas amanhecidas
As casas desertas e suas portas
Abertas, parecem esquecidas
Que ao soletrar os dias
Entoamos acenos e despedidas.
O tempo perdido lança sombras
Sobre o corpo em chamas
Esvaziamos o baú noturno
Tentando fisgar prazer duradouro
Mas cada cama... cada lençol
Nos lembra o escoadouro
Reconhecido na planície gasta
Até que uma língua diz basta
E sublime se entrega à terra.

(Poesias extraídas do livro "Recordações do Éden" de Samuel Rezende)